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Os desafios de empreender e gerir seu escritório de advocacia (parte 1)

Por Luciene Rodighero dos Santos

 

No dia 11 de agosto de 2022 – em comemoração do Dia do Advogado – lancei o meu livro, pela Editora Atlas, intitulado “Gestão Financeira e Estratégica para Escritórios de Advocacia” e uma das minhas motivações para escrevê-lo foi a de que não se aprende, na faculdade de Direito, como montar e gerir o próprio escritório.

Não se aprende – nas faculdades e universidades de Direito – disciplinas de gestão tais como: questões societárias para se avaliar ao empreender, administração geral, finanças e marketing, por exemplo. O que é uma grande lacuna, já que estamos falando de uma profissão liberal, na qual o profissional pode almejar montar o seu próprio escritório a qualquer momento, ou mesmo crescer na carreira e chegar à sociedade de uma grande banca, contudo sem o mínimo de entendimento da gestão administrativa e financeira.

Ao longo da minha trajetória como consultora passei por algumas experiências de implantação de escritórios desde o início, apoiando e trabalhando com os sócios desde a concepção até a abertura do escritório físico, passando por TI, branding, marketing, site, recursos humanos, abertura formal na OAB, contratação de contabilidade, entre outros temas também importantes tais como: constituição da sociedade, acordo de sócio, enquadramento tributário etc.

Apenas para contextualizar de que universo estamos falando: hoje temos um contingente de mais de 1,2 milhão de advogados no Brasil e esse número alcançará ao final de 2023 o patamar de 2 milhões!

Uma pesquisa do Datafolha de 2021 informa que desse contingente 62% atuam de forma autônoma e 28% em escritórios. Desses escritórios, 81% estão em bancas com até 50 advogados, considerados escritórios de pequeno e médios portes.

Imagina este universo dos que atuam de forma autônoma: 62% de 1,2 milhão são 744 mil advogados que operam em suas próprias bancas e não foram preparados para gerir seus escritórios ou não tiveram contato com o universo da gestão.

Por isso quis abordar esse tema tão importante, que terá continuidade nos próximos artigos, mas como um guia do que é importante ponderar ao empreender no seu escritório e o que considerar para essa gestão.

A ideia aqui não é esgotar o assunto, mas trazer à luz temas imprescindíveis para que você tenha ciência do que não pode faltar no planejamento.

Vamos a eles!

Considere os desafios de empreender em nosso país:

O Brasil é um país cheio de oportunidades, mas também de desafios. Quando decidir empreender, precisa levar em consideração alguns pontos importantes:

  • Conhecer o mercado da advocacia, com suas oportunidades e ameaças;
  • Conhecer a área de atuação de seus clientes e os perfis;
  • Analisar as questões macroeconômicas, tanto internas quanto externas, que podem afetar o seu negócio;
  • Estudar o mercado e entendê-lo é necessário para construir o seu “oceano azul”.

Sociedade:

  • Escolha bem seus sócios: sociedade é igual a um casamento. Você precisa ter os mesmos valores e objetivos para que, já de partida, o negócio dê certo;
  • Faça um acordo de sócios: um documento importante que versa sobre diversos temas afeitos à sociedade, entre outras questões importantes que precisam ser decididas no início deste relacionamento, quando tudo está indo muito bem e todos se entendendo, ou seja, ainda na fase de “lua de mel”.

Abertura formal do Escritório:

  • Tipo de sociedade: se será uniprofissional ou com sócios de capital e de serviço, entre outras opções;
  • Qual será o enquadramento tributário do escritório;
  • Contratação de um escritório de Contabilidade.

Desenvolvimento de um Posicionamento Estratégico:

  • Como comunicar ao meu público – clientes e mercado – quem sou e meu propósito;
  • Onde quero chegar e o que farei para chegar lá e ser percebido, me destacando nesse universo.

Como disse, a ideia não é exaurir o assunto, mas elencar algumas questões importantes que não podem ser relegadas.

Nos próximos artigos falarei sobre planejamento estratégico, pessoas, finanças, investimentos, marketing e outros assuntos. Portanto, não perca!

Meu sonho é para que, em breve, possamos ver alterações nas grades curriculares das faculdades e universidades abordando também o tema gestão e empreendedorismo.

Um abraço e até o próximo artigo!

Luciene Rodighero dos Santos

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