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Lifelong learning e jurídico: a beleza de ser um eterno aprendiz!  

Por Allana Martins

 

 

lifelong learning consiste em exercer o aprendizado contínuo. Parte da premissa de que o aprendizado não tem data para ser finalizado.  O termo está vinculado à habilidade constantemente disseminada sobre as competências profissionais necessárias de aprender a aprender, conforme frase atribuída a Alvin Toffler: “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender.”

 

No meio jurídico, desde a faculdade, os estudantes entendem que a área é dinâmica com necessidade constante de atualizações e estudos complementares, dada a importância do aprendizado de novas competências, além dos ensinamentos acadêmicos jurídicos.

 

Na era digital, considerando o cenário social de modificações em que vivemos, o termo BANI (Brittle, Anxious, Non-linear, Incomprehensible – Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível) compreende a urgência natural que sentimos por entender os novos arranjos profissionais; adaptando-se às mudanças de contextos e agregando novos estudos e aplicabilidades práticas. Consequentemente, temos atenção para evitar o FOMO (Fear OF Missing Out), que é o medo de não conseguir acompanhar as atualizações e eventos.

 

É primordial entender quais conteúdos fazem sentido para buscar o aprimoramento e quais podemos consumir de forma básica para fins de informação. Essa análise consiste em fazer a gestão de tempo, focar em produtividade, delinear recursos de tempo, financeiros e foco. A distinção entre conhecimento, aprendizado e informação deve ser aplicada nessas análises, haja vista que o conhecimento pode ser adquirido de várias formas como em eventos, podcasts, grupos e comunidades, leituras, cursos, especializações, benchmark, workshops, conversas informais, projetos voluntários, atuação profissional, mentorias, consultorias, entre outros.

 

O aprendizado é o exercício de todo conhecimento adquirido de forma prática, vinculado à ação. A informação pode ser assimilada de forma generalista com a finalidade de atualização pelo acesso ao conteúdo. Entender qual nível de profundidade se pretende ter em cada assunto é norteador para delineação do plano de ação.

 

Sabe-se que as tecnologias nos auxiliam em todas as etapas da aprendizagem e devemos utilizá-las a nosso favor, como a inteligência artificial, redes sociais e inúmeros aplicativos desenvolvidos para cada necessidade, desde alinhamento de rotinas até efetiva entrega de serviços. Nesse contexto é prioritário o entendimento pessoal e de autoconhecimento dos sentidos, pois temos acessos de conteúdos visuais, escritos, por áudio e por contatos pessoais. Entender as metodologias aplicadas, obter pareceres opinativos e compreender as reais necessidades de cada investimento em aprendizado e conhecimento, são bons caminhos para definição de estudos.

 

Fato é que em todas as áreas de nossa jornada, sempre estaremos nos desafiando ou sendo naturalmente desafiados a deixarmos a zona de conforto a fim de aprendermos competências novas ou aprimorarmos algo. Trata-se do constante exercício do lifelong learning. Em alguns momentos é essencial também usufruir de tudo que foi concretizado e exercer pausas no caminho para apreciar o que já foi conquistado (com presença), testar os projetos desenvolvidos e ter novas ideias, traçando assim novos caminhos.

 

Para que esse momento seja concluído com maior índice de leveza e sucesso, é relevante que haja constante alinhamento de gestão de demandas e equipes, organização de agendas e atividades, delimitação de tempo, priorização de atividades de forma focada e produtiva. Somos seres multifacetados, com funções entrelaçadas profissionais e pessoais. Sem o equilíbrio, alguns pilares podem demandar mais atenção e a balança pender mais para um lado do que para outro. Mas, entendermos as fases e o tempo a serem demandados em cada uma, é clarividente.

 

Já dizia o pensador Esopo: “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”. Então sempre haverá espaço para trocas e aprendizados, com contribuições distintas e agregadoras. No ecossistema jurídico fomos doutrinados sobre a necessidade da especialização e da centralização do conhecimento. Atualmente verificamos cenários mais colaborativos, de trocas de dados, grupos e comunidades com interesses em comum focados em disseminar conhecimentos e consequente divulgação de branding.

 

Essa situação intensifica a gama de especialistas com aprendizado coletivo, mas também norteia sobre a individualidade. A autenticidade, a conectividade com a persona, diálogos, alinhamentos contínuos, escuta ativa (inclusive de si mesmo) e a testagem de práticas e conhecimentos são diferenciais na execução do lifelong learning. A comunicação faz parte do processo, pois o conhecimento divulgado é expandido para todos os envolvidos. A técnica de ensinar o que está sendo estudado ajuda a potencializar os resultados pela absorção dos aprendizados.

 

Não há limite de idade e nem de pessoas para exercitarmos o aprendizado. Em relação ao aprendizado, o tempo é sempre oportuno. Inclusive com a chegada da inteligência artificial, há constante desenvolvimento; logo novas atuações surgem no contexto do aprendizado mútuo. Exercitar a curiosidade, ter atenção nas novidades, se interessar por modalidades diversas de conteúdos e aplicar de forma consciente os filtros necessários da técnica 5W2H (Onde? O Quê? Por quê? Quando? Quem? Como? e Quanto?) farão a diferença no exercício de sermos eternos aprendizes!

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